“A luta das heroínas de Tejucupapo é a luta da mulher brasileira por respeito e igualdade”, afirma Gleide Ângelo em Goiana

By 13/10/2020 - 13:59Mata Norte

Ao participar da solenidade dos 27 anos de encenação da “Batalha das Heroínas de Tejucupapo, na tarde dessa segunda-feira (12), a deputada Delegada Gleide Ângelo enfatizou a importância histórica do feito e cobrou mais atenção por parte dos gestores públicos à história do distrito de Tejucupapo.

“A falta de apoio do poder público a um evento dessa importância, é fruto da mesma cultura patriarcal e machista, que dificulta às futuras gerações o acesso aos feitos históricos das mulheres. A luta das heroínas de Tejucupapo, as de ontem que expulsaram os holandeses e as de hoje, que bravamente resistem para realizar essa encenação, é a luta de todas as mulheres brasileiras por respeito e igualdade de oportunidades. Essa também é a minha luta”, afirmou Gleide Ângelo.

A Delegada registrou, ainda, a importância de Dona Luzia, que há 27 anos organiza o Teatro das Heroínas, mas que nos últimos anos não vem recebendo atenção dos gestores municipais. “É necessário que o próximo gestor municipal, que assumir a Prefeitura de Goiana, tenha a perfil de alguém que valorize a história e a cultura de Goiana, especialmente das mulheres de Tejucupapo. Eu acredito que Olga Sena e Danyelle Sena sejam as candidatas mais bem preparadas para assumir a gestão”, destacou.

O teatro das Heroínas de Tejucupapo ocorreu no Monte das Trincheiras, na presença de centenas de pessoas, além de representantes do Instituto Arqueológico de Goiana, do secretário estadual de meio ambiente, José Bertotti, e das candidatas a prefeita e vice de Goiana, Olga Sena e Danielly Sena, do PCdoB.

Lembrando a História

Em 23 de abril de 1646, soldados holandeses tentavam saquear a então vila de São Lourenço de Tejucupapo, no município de Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco e escolheram o momento em que haveria poucos homens no local. Não esperavam que as mulheres estivessem organizadas e prontas para a luta. Com paus, panelas, água fervente, pimenta e tudo que tinham em mãos como armas, elas resistiram bravamente e expulsaram os invasores.

A Batalha das Mulheres de Tejucupapo marca o que é considerada a primeira batalha na história brasileira em que as protagonistas foram elas. A partir daí elas passaram a ser tratadas como “Heroínas”.

Para manter viva a memória dessa importante passagem histórica, há 27 anos é realizada a encenação da batalha, pelo Grupo Cultural Heroínas de Tejucupapo. Todo último domingo de abril, dezenas de mulheres de Tejucupapo viram atrizes: sobem o Monte das Trincheiras, vestem uma roupa de época e vão para o campo de batalha.

Este ano, por conta da pandemia, o evento só pôde acontecer nesse 12 de outubro, cumprindo todos os protocolos determinados pela autoridades de saúde, para cuidado e prevenção com a Covid-19.

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