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Depois de romper com o PT, a deputada federal Marilia Arraes foi embora para São Paulo tentar arrancar do ex-presidente Lula uma declaração favorável a uma potencial candidatura sua ao governo, agora pelo Solidariedade, legenda que sempre militou na Direita.

Depois de levar um chá de cadeira do petista, Marília saiu de lá apenas com uma foto. E só. E uma foto, aliás, que Lula aparece com uma expressão facial tensa, de aborrecimento. Tanto que minutos após postar a foto em suas redes sociais, a deputada apagou a imagem e postou outra, onde Lula aparece menos tenso.

A legenda da foto, que também foi um tuíte da parlamentar, foi evasiva e não disse nada com nada. Só que foi uma conversa boa… Mas e aí, Marília? Nada! Lula, por sua vez, sequer postou o encontro com Marília em suas redes. O ex-presidente fez zero menção à reunião com a deputada. Nem seu fotógrafo, o craque Ricardo Stuckert, é o autor da foto que Marília postou. O que denota a tese de que Lula não quer estimular Marília a nada.

O bastidor do encontro é que a conversa foi tensa. Lula não queria Marília fora do PT. Mas que a deputada disputasse o Senado pelo partido na chapa de Danilo Cabral para governador. O ex-presidente sabe que precisa do PSB e não quer nenhum problema na principal praça dos socialistas.

Marília calculou e utilizou o imbróglio do Senado para se vitimar e arrumar discurso para sair do PT. Deve ir mesmo para o Solidariedade, um partido para chamar de seu. Só que, fora do PT, ela perde uma forte grife para disputar qualquer cargo majoritário. E perde também provavelmente o direito de ter Lula em seu palanque, seja para concorrer ao Palácio, seja para vir à Casa Alta.

O povo quer saber: o que Lula tava pensando na hora dessa foto?

Não tem mais volta. Depois de ter sido preterida pelo PT em várias oportunidades, a deputada federal Marília Arraes vai mesmo deixar a legenda com destino, provavelmente, ao Solidariedade. Só resta saber se Marília, pelo novo partido, será candidata ao Senado ou ao Governo de Pernambuco.

Mas fica uma pergunta no ar: como será o potencial de voto da neta de Arraes fora do PT? Será que sem a base petista e o aval do ex-presidente Lula, Marília seguirá como um nome competitivo? Será que a parlamentar vai mesmo ser o fiel da balança no pleito deste ano?

Ou será que Marília vai repetir todo o fardo que ex-petistas carregam, que é o de perder densidade eleitoral quando deixam o PT? Quem não se lembra do ex-prefeito João Paulo, que foi de grande liderança da sigla a deputado estadual com dificuldade depois de ter deixado o PT; tanto que agora ele está de volta à legenda para tentar recuperar seu capital eleitoral.

Há também uma dúvida sobre o caminho que a deputada federal vai traçar. Marília reafirma voto em Lula mas dificilmente será “assumida” pelo ex-presidente em Pernambuco. Ou seja, para o que for que quiser concorrer, Marília não terá a chancela de Lula e será tratada como oposição. Essa confusão está só começando…

O povo quer saber: Marília será candidata ao governo ou ao Senado?

A deputada federal Marília Arraes encaminhou sua saída do PT e mexeu no tabuleiro político pernambucano. Cansada de ser escanteada tanto pelo seu partido, Marília pode chegar ao Solidariedade como líder nas pesquisas de voto para o senado. Isso é um trunfo muito bom para ser usado pela campanha de Raquel Lyra (PSDB). Com Marília na sua chapa, a prefeita de Caruaru consolida de vez a sua candidatura a governadora.

Raquel e Marília vêm ensaiando essa aliança há cerca de um mês, quando foram vistas juntas em reunião. A tucana e a petista pensam de maneira parecida e têm como principal objetivo acabar com os sonhos do PSB de emplacar um quinto mandato de governador consecutivo.

Marília também mantém conversas com o Cidadania e o MDB. A ida para alguma dessas legendas não está descartada. E embora fazendo parte da chapa de Raquel, a deputada não deve fazer campanha nacionalmente para João Dória (PSDB), e sim para o ex-presidente Lula (PT).

A chapa montada por Raquel na majoritária e Marília no Senado tem tudo para ser forte. Atualmente, ambas lideram os rankings de pesquisas de intenção de voto para os cargos que pretendem concorrer, além de trazer um protagonismo feminino que até então não foi – e nem deve ser – visto nas chapas adversárias.

O povo quer saber: Priscila Krause completará a chapa de Raquel e Marília?

Senador por oito anos, tendo feito um mandato bastante representativo, o tucano Armando Monteiro Neto pode disputar novo mandato para a Casa Alta em 2022; desta vez compondo uma chapa puro sangue tendo na cabeça a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, presidente do PSDB no estado.

A expectativa para Armando disputar novamente o Senado cresce nos bastidores da oposição e o caminho passa a ser cada vez mais viável, sobretudo, depois que o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, que seria o postulante a senador de Raquel, lançou-se a governador pelo PL do presidente Bolsonaro.

Os argumentos pró-Armando na disputa são muitos. O ex-senador exerce nos bastidores o papel de conselheiro de Raquel. Armando é do setor produtivo – foi presidente da CNI -, não precisa de mandato porque tem a vida financeira resolvida. Faz política por convicção e ideologia. Se entrar na disputa, consolida a chapa de Raquel dando estatura ao palanque.

Diferente dos outros nomes postos, Armando é votado em todo o estado, não apenas em determinadas regiões como a RMR, Agreste ou Sertão. Armando teve três mandatos de federal, é experiente; foi ele quem lançou Raquel ao Palácio. Já viveu por oito anos o Senado, é um expoente nacional tendo já sido ministro da Indústria e Comércio de Dilma Rousseff.

Outro fator é que Armando já teve êxito em disputa pela Casa Alta – terminou à frente de Humberto Costa em 2010 -, conhece os caminhos de Brasília e largaria bem na disputa deste ano, segundo todas as pesquisas de opinião. Todos esses argumentos contribuem para Armando voltar a concorrer em uma eleição majoritária. Será que ele está disposto a disputar?

O povo quer saber: Armando topa concorrer novamente a senador?

Ninguém dava nada por ele na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas, mas o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, foi quem jogou certo entre os oposicionistas nesta fase de pré-campanha. Enquanto o gestor de Petrolina, Miguel Coelho, também postulante a governador, fez de tudo para se descolar de Jair Bolsonaro, Anderson foi para cima e garantiu o palanque para o presidente da República em Pernambuco.

Como o movimento de assumir Bolsonaro, Anderson vai certamente herdar todos os votos do Bolsonarismo; o que lhe dará a possibilidade de polarizar com o escolhido do PSB, o deputado federal Danilo Cabral, caso a eleição seja nacionalizada. Se o presidente se recuperar na pesquisa como está parecendo, o prefeito de Jaboatão será beneficiado aqui no estado.

Miguel, por outro lado, ficou no meio do caminho entre o Bolsonarismo e a Frente Popular de Pernambuco. Não é nem um e nem outro. Assim como a prefeita de Caruaru e também pré-candidata ao governo, Raquel Lyra. A caruaruense ainda tem outro problema. Se o PSDB lançar mesmo João Dória ao Planalto, Raquel terá dificuldade em pedir voto para o paulista.

Além de assumir Bolsonaro em Pernambuco, Anderson ainda acabou beneficiado pela filiação do presidente ao seu partido, o PL. Isso sem falar nas bandeiras bolsonaristas, que são as mesmas que o prefeito de Jaboatão defende. Ou seja, Anderson vai ser o destino de toda massa bolsonarista em Pernambuco.

Não bastassem os argumentos elencados aqui nesta coluna, há também o reforço proporcional de nomes como os deputados estaduais Coronel Feitosa, Joel da Harpa e Clarissa Tércio; essa última com um grande potencial de voto. Até o dia 31 de março, por sinal, outros nomes podem desaguar no PL reforçando o time de Bolsonaro no estado.

O povo quer saber: quem será o vice de Anderson?

Pré-candidato ao governo do estado, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, prepara um grande ato de renúncia para deixar seu atual cargo e seguir para a corrida governista. Desde fevereiro já havia sido adiantado pelo pai do prefeito, o senador Fernando Bezerra Coelho, que seu filho sairia da prefeitura de Petrolina no dia 30 de março e iria consolidar sua pré-campanha para chegar ao Palácio do Campo das Princesas.

Nesses últimos dias de gestão, Miguel tem feito o que irá fazer daqui até outubro, indo de cidade de cidade em cidade buscando apoio de lideranças. Nesta segunda-feira (14), o sertanejo esteve em São José do Belmonte, Serra Talhada, Quixaba e São José do Egito. As andanças do gestor começaram no domingo (13) e vão até quinta-feira (17).

A “festa” da renúncia de Miguel promete reunir prefeitos e outras lideranças políticas de todo o estado, sendo um grande ato político para marcar o início da campanha do petrolinense, que deixará a cidade após pouco mais de cinco anos de uma gestão muito bem avaliada para tentar superar os adversários e se tornar o novo Governador de Pernambuco.

O povo quer saber: a campanha de Miguel engrena?

Pouco tempo após ser anunciado, o pré-candidato da Frente Popular ao governo do estado, o deputado federal Danilo Cabral (PSB), vem conquistando votos em regiões onde seus adversários são dominantes.

No Sertão do São Francisco, terra de onde vem Miguel Coelho (UB), Danilo Cabral já conquistou o apoio de 70% dos prefeitos, o que irá atrair uma boa quantidade de votos para o socialista. Pode-se dizer que o socialista domina a região com a maioria em todas microrregiões.

Os apoios dos prefeitos do São Francisco a Danilo ainda não foram todos oficializados, mas estima-se, nos bastidores, que Miguel Coelho só tem de fato o apoio em Petrolina com seu vice, Simão Durando Filho (UB), que assumirá o cargo em abril, e no município de Santa Maria da Boa Vista, com o prefeito George Duarte (PP). Os outros estão alinhados com Danilo.

Tendo ciência desse crescimento do adversário, Miguel iniciou, nesse domingo (13) um giro por 30 cidades do Sertão até a Região Metropolitana; e que dura até a próxima quinta-feira (17). A idéia do sertanejo é angariar cada vez mais votos especialmente de regiões onde ele tem pouca força, como é o caso da Metropolitana. Vai ter que correr atrás.

O povo quer saber: Danilo domina o número de prefeitos também no Agreste?

Traição! Não tem outra forma de traduzir o que o prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, fez com a gestora de Caruaru, Raquel Lyra. O movimento político que o evangélico fez para junto do presidente Bolsonaro enterrou o movimento “Levanta Pernambuco”, bandeira que ele e Raquel empunhavam contra o PSB.

Ao aliar-se ao presidente da República em troca do apoio de Bolsonaro ao seu projeto pessoal de ser governador de Pernambuco, Anderson abandonou Raquel praticamente só no que era o maior bloco de oposição à Frente Popular – também pré-candidato a governador, o prefeito Miguel Coelho (Petrolina) já havia saído em carreira solo.

Agora, sem os Ferreira no seu palanque – eles saíram levando o PL e o PSC -, Raquel volta à estaca zero na montagem da chapa. Ela vai ter que tirar do bolso um candidato a senador, papel que caberia a Anderson. A prefeita de Caruaru também vai ter resolver a questão da vice, ainda sem definição.

Para o Senado, quem deve ser o escolhido é Armando Monteiro Neto. Ex-senador, o político resistia a disputar mandato federal e estava com um papel mais de bastidor. Além de Armando e do PSDB, só resta de expressão com Raquel o Cidadania. Dificilmente o presidente da legenda no estado, Daniel Coelho, abrirá mão de concorrer à reeleição de federal para se aventurar em uma majoritária.

Anderson, por sua vez, amarrou uma âncora chamada Gilson Machado Neto no seu pé. O ministro do Turismo de Bolsonaro será o candidato ao Senado na chapa do ainda prefeito de Jaboatão. O palanque, como foi construído, só fala para dentro do eleitorado bolsonarista já convertido; quando o ideal era agregar forças mais centro.

O povo quer saber: quem será o nome para o Senado da chapa de Raquel?