Do Blog do Elielson
A gestão do prefeito em exercício de Goiana, Eduardo Honório (PSL), vem sendo questionada pelos vereadores. Em representação enviada nesta quarta-feira (15) ao Ministério Público de Pernambuco, foram relatados problemas que a cidade vem enfrentando para conter a pandemia do novo coronavírus causados principalmente pela inoperância do poder executivo municipal.
O documento aponta falhas na destinação de recursos, nas políticas sanitárias, de saúde e de comunicação. “Enquanto Goiana registra três óbitos por covid-19 e vem se tornando o epicentro na Zona da Mata Norte, não é lançada nenhuma ação de saúde pública na cidade que vise conter a pandemia e conscientizar a população, o prefeito destinou, através de crédito suplementar, R$ 2 milhões para a manutenção do sistema de iluminação”, afirma o vereador Bruno Salsa (PSB). “Em pleno contexto de contingenciamento de despesas, o Tribunal de Contas de Pernambuco recomendou que o gasto público devesse ser direcionado, prioritariamente, às áreas de saúde para ações que visem à redução do risco da propagação da doença e diminuição do sofrimento das pessoas. O prefeito ignora essa recomendação”, lembra o vereador.
Além da má aplicação do dinheiro público, os vereadores também denunciam a falta de ações voltadas para saúde na cidade. “Em vez de equipar a Upinha que já está edificada há três anos e fortalecer o Sistema de Saúde do município, o prefeito Eduardo Honório preferiu destinar mais de R$ 370 mil para a ‘eventual’ compra de bolos e pães pelas secretarias municipais. Um desrespeito com o povo”, disse Salsa. Em Goiana não há ação implantada destinada à redução de riscos nem para recuperação de contaminados. A cidade não possui equipe de atendimento domiciliar (home care), postos de saúde e repartições públicas não recebem higienização adequada e não se aplicam medidas de apoio a moradores de rua, população mais vulnerável à infecção pelo novo coronavírus.
A situação em que se encontra o município criou um clima de instabilidade social. Na terça-feira (14), o prefeito Eduardo Honório foi seguido por comerciantes e feirantes quando se deslocava a pé até a sede da prefeitura. Precisou entrar em uma agência bancária para esperar os ânimos se acalmarem. Com gritos de protesto, os trabalhadores cobravam respostas após a retirada dos bancos da feira livre pela prefeitura, que alegou estar realizando a limpeza dos equipamentos.
Enquanto isso, a população segue desinformada. “Não há documentos nem carros de som informando a população sobre as medidas de higiene e isolamento social, os profissionais de saúde seguem sem os EPI’s adequados. A prefeitura fecha os olhos para as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), é como se não soubesse o que o mundo está enfrentando”, comenta Bruno Salsa.
O requerimento encaminhado ao Ministério Público solicita a realização de ações como abertura da Upinha, distribuição de kits de material de limpeza para associações de moradores, desinfecção de áreas de risco, criação de central telefônica para orientação da população, divulgação de ações em carro de som e distribuição gratuita de máscaras, álcool em gel e sabão para grupos de risco. O documento foi aprovado de forma unânime pelos 15 vereadores.