Deputado estadual pernambucano afirmou que o representante do governo Lula seria um apoiador do grupo terrorista Hamas
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH) tem avaliado a possibilidade de ingressar com uma ação na Justiça contra o deputado estadual Júnior Tércio (PP). O parlamentar pernambucano pode ser processado pelos crimes de calúnia e difamação por declarações feitas contra o ministro Silvio Almeida.
Durante recente visita a Pernambuco para avaliar, in loco, questões como a superlotação, eventuais violações aos direitos humanos e as condições carcerárias em presídios e unidades do sistema socioeducativo do estado, o ministro foi acusado pelo deputado estadual de apoiar o terrorismo.
A declaração de Júnior Tércio tem como pano de fundo a guerra entre Israel e a Palestina. “Cadê ele [o ministro Silvio Almeida] para ir contra o Hamas? Vem ao nosso estado para cuidar de presos. Como o povo se sente? O ministro apoia terrorista e vem para dentro dos presídios”, alegou o deputado.
Apesar de compor os quadros do Partido Progressista, legenda que integra a base aliada do governo do presidente Lula (PT), Tércio pertence à ala bolsonarista da sigla. Ex-vereador do Recife, entre as principais bandeiras do parlamentar, membro da bancada evangélica na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), estão temas ligados “à defesa da família”.
Histórico
Essa não é a primeira vez que o deputado estadual Júnior Tércio entra na mira da Justiça. Em janeiro, a bancada do Partido Socialismo e Liberdade (PSol) na Câmara Federal solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão do parlamentar na lista de políticos a serem investigados pelos atos antidemocráticos que resultaram na invasão e depredação da sede dos Três Poderes, em Brasília.
O pedido encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes cita que Tércio publicou em redes sociais um vídeo feito por um envolvido nos atos, que, na ocasião, furou o bloqueio policial e invadiu o Congresso Nacional.
Após a repercussão do caso, Júnior Tércio se manifestou por meio de nota, quando afirmou ser “totalmente contrário a qualquer ato e violência, vandalismo ou destruição do patrimônio público que venha a ameaçar a democracia”.