
Presidente do PT na Marim dos Caetés, o vereador apontou insatisfação de movimentos sociais com a falta de diálogo da administração municipal com o setor
Em entrevista ao Plenário Virtual, o presidente do Partido dos Trabalhadores em Olinda e líder da oposição ao prefeito Professor Lupércio (SD) na Câmara Municipal, vereador Vinicius Castello, apontou a falta de diálogo da gestão como um dos principais entraves do governo na resolutividade de problemas com o Legislativo. “Quando não se consegue minimamente conversar com representantes da população eleitos democraticamente, e, principalmente, com os movimentos sociais e aqueles que atuam diretamente no setor cultural, temos aí evidenciado um grave erro”, disse o parlamentar.
A declaração de Vinicius remete ao pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores para apurar possíveis irregularidades nos recursos destinados à edição de 2023 do carnaval. Essas supostas irregularidades, inclusive, são alvo de uma auditoria por parte do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de Pernambuco.
Pouco antes da abertura oficial da festa, o órgão de controle de contas chegou a apontar falhas na licitação promovida pela gestão do prefeito Professor Lupércio. A denúncia foi feita por uma empresa interessada em um pregão eletrônico (052/2022) voltado, entre outras coisas, à captação de patrocinadores por meio da captação de verbas de marketing.
O relatório dos auditores do TCE alegou que o processo licitatório da Prefeitura de Olinda em questão encontrava-se “maculado desde o seu nascedouro” por atentar, principalmente, contra os princípios da publicidade e economicidade por limitar a participação aberta de empresas fora da “peneira” do intermediador escolhido pela administração municipal. E frisou ainda que a manobra poderia gerar desperdício de recursos públicos de até 30%.
“É uma gestão que tem pouco diálogo, pouca transparência. Quando existe, o erro precisa ser enfrentado e admitido. Errar é uma falha humana, mas que tem sido acobertada e colocada para debaixo dos panos. Depois explode a bomba, como foi com o caso do carnaval”, pontuou Vinicius.
De acordo com o vereador, até o momento a gestão municipal não apontou culpados nem caminhos para solucionar os problemas apresentados pelos representantes do setor cultural da cidade. “O direcionamento tem sido o dizer que tudo que tem acontecido é simplesmente maravilhoso. Não há a honradez de olhar a população e se desculpar, dizer que há condições de fazer diferente. É esse tipo de política [a do mea culpa] que as pessoas esperam da cidade de Olinda por ser a primeira capital cultural do país.”
O petista defendeu ainda que a prefeitura passe a olhar para o calendário de forma anual e não apenas resumi-lo ao período carnavalesco. “A cultura da cidade de Olinda precisa ser fracionada para que exista durante todo o ano. A gente tem ‘fazedores de cultura’ e protagonistas no setor que sempre se colocaram à disposição da gestão [do prefeito Professor Lupércio], mas que nunca obtiveram retorno porque não há diálogo por parte do governo. E onde não há diálogo, não há interesse”, pontuou.