Algumas pessoas exerceram papel fundamental na pavimentação do caminho que levou Raquel Lyra a cravar definitivamente o seu nome na história da política estadual, sendo eleita a primeira governadora mulher de Pernambuco.

Alguns candidatos a deputado precisam ser lembrados por terem acreditado desde o início.

Um dos personagens de destaque na campanha vitoriosa da ex-prefeita de Caruaru foi o deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) que sacrificou a própria reeleição em prol do projeto coletivo. A deputada estadual Priscila Krause abriu mão de disputar sua reeleição, e assumiu as rédeas da campanha no segundo turno, no momento em Raquel mais precisou.

Ex-prefeita de São Bento do Una, Débora Almeida, é um exemplo de quem sempre marcou presença no palanque de Raquel Lyra. Em função do trabalho exitoso realizado na educação de São Bento do Una, se tornou referência nacional e tem muito o que contribuir com a próxima gestão estadual, seja na Alepe, onde exercerá o primeiro mandato, ou em alguma missão no Poder Executivo.

Liderança política do Agreste, Álvaro Porto segue para mais um mandato de deputado estadual e se agigantou nas urnas. Pai de Alvinho Porto (prefeito de Quipapá) e esposo de Sandra (prefeita de Canhotinho), ele arregaçou as mangas para valer na conquista de Raquel.

Junta-se ao time que suou a camisa, o ex-prefeito de Garanhuns e deputado estadual eleito Izaías Régis, que impôs uma humilhante derrota a Sivaldo Albino.

Lucinha Mota, Delegada Patrícia e Alcides Cardoso (vereador do Recife) foram leais, ao contrário de outros, como Edson Vieira, que virou as costas para a governadora eleita.

Ninguém ganha ou perde uma eleição sozinha. No caso de Raquel Lyra, eleita como a primeira governadora mulher de Pernambuco, um grupo formado por sete prefeitos – G7 – declarou apoio ao seu projeto de comandar o Palácio do Campo das Princesas ainda no primeiro turno, no início da caminhada.

A ex-prefeita de Caruaru conseguiu atrair para o palanque no segundo turno mais de 100 prefeitos, mas a tropa de choque que esteve ao seu lado em todos os momentos merece ser destacada: Professora Elcione (Igarassu), Dona Graça (Catende), Alvinho Porto (Quipapá), Sandra Porto (Canhotinho). Guiga (Vicência), Dió Filho (Riacho das Almas) e Romero Leal (Vertentes).

Em Riacho das Almas, Raquel Lyra disparou na votação, conquistando 75,14% dos eleitores (11.917 votos). Em quatro cidades obteve mais de 60% dos votos: Catende (60,68% – 10.991), Igarassu (63,35% – 42.458), Canhotinho (66,58% – 8.191) e Vicência (67,22% – 10.815). Em Vertentes, ela também levou a melhor (53,38% – 6.533).

Os “aliados de primeira hora” chegaram junto quando o cenário da corrida para o Governo do Estado ainda estava totalmente indefinido. Na política, quem chega primeiro recebe atenção especial. Sempre foi assim. Hoje, o G7 está prestigiado e fortalecido junto à tucana e, certamente, os seus integrantes terão os nomes lembrados com carinho por terem estendido a mão e trabalhado desde o começo para o sucesso da empreitada.

É lógico que o grupo dos “mais chegados” deve aumentar com alguns que chegaram no segundo turno, mas precisamos lembrar dos prefeitos aliados de primeira hora.

O prefeito de Palmares, Júnior de Beto, fez bem o dever de casa nas eleições deste ano. No primeiro turno, contando com o seu palanque, Miguel Coelho, cuja principal base eleitoral está localizada no Sertão, foi o candidato a governador majoritário no município (8.906 votos). Já no segundo, o apoio migrou para a governadora eleita Raquel Lyra, que saltou de 5.741 para 19.840 votos. O expressivo resultado representa a preferência de mais 66% do eleitorado do município.

Na disputa proporcional, o grupo comandado por Júnior de Beto proporcionou na cidade uma votação histórica para os deputados eleitos Lula da Fonte (Federal – 6.610 votos) e Antônio Coelho (Estadual – 6.240 votos). Em contrapartida, os seus oposicionistas obtiveram resultados considerados pífios no pleito. Com isso, o progressista fortalece o seu nome e crava cada vez mais a sua liderança na região da Mata Sul pernambucana.

O resultado positivo não aconteceu por acaso. Desde que assumiu o comando da prefeitura, Júnior transformou Palmares num verdadeiro canteiro de obras. Graças à articulação política e o bom trânsito em Brasília, a cidade vem sendo contemplada com recursos que são investidos em áreas relevantes, como educação, saúde e infraestrutura.

As Eleições 2022 servirão como divisor de águas em diversos municípios, dentre eles, Vitória de Santo Antão, na Mata Sul, onde quem saiu como grande vencedor foi o prefeito Paulo Roberto, que há dois anos impediu a reeleição do adversário Aglailson Júnior.

Paulo Roberto tem realizado trabalho de destaque no comando da cidade. Empresário de sucesso no segmento educacional, ele levou para a gestão municipal experiências exitosas do setor privado que deram certo. Os recursos passaram a ser aplicados com eficiência. Menos entraves e mais ações têm sido a marca do seu trabalho. A satisfação da população pode ser medida pelo alto índice de popularidade que atingiu.

De bem com o povo, Paulo Roberto lançou a filha Iza Arruda para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados e o resultado foi surpreendente. A deputada federal, a partir de janeiro de 2023, conquistou 42,37% da preferência dos eleitores de Vitória de Santo Antão, totalizando 31.987 votos. Esse desempenho é uma demonstração de que Paulo tem trilhado pelo caminho certo e chegará em 2024 bastante fortalecido.

A força do grupo comandado por Paulo também pode ser observada no desempenho do seu opositor e deputado estadual Aglailson Victor, que, em 2018, recebeu 14.694 votos no município e nesta disputa teve queda significativa para 8.779 votos.

Ao declarar conquistar apoio de Paulo Roberto Arruda no segundo turno, Raquel viu sua votação sair de 35% para quase 70% em Vitória.

Em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste pernambucano, as eleições consolidaram Fábio Aragão como a principal liderança política do município.

No segundo turno, quando recebeu o apoio do prefeito, Raquel passou de 19% para 74% dos votos. Os candidatos que o tiveram como cabo eleitoral foram vitoriosos nas urnas. Teresa Leitão, Dudu da Fonte e Diogo Moraes se elegeram senadora, deputado federal e deputado estadual, respectivamente, com votações imponentes.

Por outro lado, o ex-prefeito e adversário Edson Vieira viu naufragar o projeto de garantir uma vaga na Alepe. Quem também não se deu bem foi a ex-deputada estadual Alessandra Vieira, que concorreu como candidata a vice-governadora. O protagonismo que já esteve nas mãos do casal Vieira, agora pertence a Fábio Aragão.

Um dos principais aliados de Dudu da Fonte no estado, Fábio conquistou uma alta popularidade que se deve à gestão marcada por entregas e cumprimento de compromissos assumidos durante a campanha. O trabalho exitoso realizado pelo prefeito no pleito deste ano reforça o seu favoritismo na disputa pela reeleição em 2024.

Vinda de uma família tradicional da política estadual, Raquel Lyra (PSDB) conquistou uma vitória maiúscula nas urnas, encerrando o ciclo de 16 anos da Frente Popular de Pernambuco no comando do Palácio do Campo das Princesas. O eleitorado entendeu que a ex-prefeita de Caruaru apresenta as credenciais necessárias para realizar as transformações que a população tanto aguarda e precisa.

Antes de se dedicar à política, a ex-deputada estadual Raquel Lyra atuou como delegada federal, procuradora do Estado e advogada do Banco do Nordeste, além de ter sido secretária da Criança e Juventude na gestão de Eduardo Campos. Apresentado aos pernambucanos, o vasto e rico currículo foi prontamente aprovado. A comparação entre o histórico das candidatas foi uma estratégia acertada da campanha tucana.

Outra característica que conta ao seu favor é o perfil agregador. Tão logo encerrou o primeiro turno, importantes aliados de todas as regiões pernambucanas começaram a chegar para reforçar o palanque de Raquel Lyra e Priscila Krause. Na Alepe, a sucessora de Paulo Câmara conta com a simpatia da maioria dos
parlamentares eleitos, o que facilitará bastante a sua gestão.

Os desafios serão muitos, mas Raquel já comprovou que está preparada para vencê-los. Determinação, coragem e competência são algumas das qualidades da primeira governadora de Pernambuco.

Estão a todo vapor as articulações para a montagem da próxima Mesa Diretora da Alepe. Dois partidos deverão ocupar os cargos mais cobiçados. Juntos, PP e PSB elegeram 22 parlamentares e, com isso, o bom diálogo com progressistas e socialistas será fundamental para a governabilidade de Marília Arraes ou Raquel Lyra, candidatas a governadora de Pernambuco pelo Solidariedade e PSDB, respectivamente.

Se Raquel Lyra levar a melhor nas urnas aumentam as chances de o PP, comandado no estado por Dudu da Fonte, emplacar o sucessor do presidente Eriberto Medeiros. Nos bastidores da política, uma das apostas é o nome do veterano Antônio Moraes. Assumir o comando da Casa seria mais uma demonstração de força política de Dudu, que, além dele, conseguiu eleger o filho Lula da Fonte e mais dois deputados federais, além de oito estaduais. Já o PSB mira uma parceria com os progressistas, para comandar a primeira-presidência, com Danilo Godoy.

No caso de Marília Arraes vencer a eleição, o cenário muda, e é provável que o PP tenha mais dificuldades para conquistar a principal cadeira. Se ficar sem a presidência, os progressistas terão papel fundamental em todas as negociações. Em qualquer situação, Dudu da Fonte e o seu grupo político manterão protagonismo.