Apenas na última semana, a reportagem do Fala PE escancarou os bastidores de uma prática que, ao que tudo indica, tem se tornado mais comum do que deveria nos períodos que antecedem a realização de eleições municipais. Estamos falando da barganha realizada por partidos políticos junto a pré-candidatos ao Executivo Municipal. Em outras palavras, a venda de apoio em troca de cargos em prefeituras.
Dois casos vieram à tona depois que, com exclusividade, o blog teve acesso a documentos oficiais emitidos pelos diretórios municipais do PT no Paulista, na Região Metropolitana; e do Psol em São José do Belmonte, no Sertão Central.
Recentemente, no fim do ano passado, o prefeito Yves Ribeiro migrou do MDB para o PT, numa movimentação que até hoje tem causado dissidência interna no Partido dos Trabalhadores. Entretanto, no início de 2023, um documento interno vazado mostra que a sigla colocou como condicionante para migrar para a base aliada um total de 30 cargos em comissão e outros 20 terceirizados.
Situação semelhante ao que ocorreu na cidade de São José do Belmonte, quando o diretório municipal do Psol chegou a propor ao prefeito Romonilson Mariano uma série de exigências para reforçar o palanque de Vinicius Marques. Entre os itens, material para publicidade, um veículo com valor fixo a ser repassado semanalmente para abastecimento com combustível, e “apoio nas demandas sociais de urgência”.
Ao contrário do PT no Paulista, que acabou por dar guarida a Yves sem qualquer tipo de transparência nas tratativas, o Psol em São José do Belmonte correu para os braços da oposição – que tem como pré-candidato o ex-deputado estadual Rogério Leão – depois de Romonilson ter negado se submeter às negociatas.
Cabe agora à Justiça Eleitoral se debruçar sobre os fatos e se posicionar quanto à possível prática de crimes. E ainda que não, basta lembrar que nem tudo que é legal é ético.
Santa Cruz do Capibaribe
A ex-deputada estadual Alessandra Vieira assumiu a presidência do diretório do PL em Santa Cruz do Capibaribe. Em um evento bastante prestigiado, a neoliberal contou com a presença virtual do ex-ministro Gilson Machado Neto (PL). Foi um recado para o empresário Robson Ferreira (PP), que, até então, contava com a possibilidade de ter o apoio do bolsonarista na disputa ao Executivo Municipal.
Ipojuca
Segue dando o que falar o mal-estar entre Gilson Machado Neto (PL) e Anderson Ferreira (PL) por divergências em relação ao cenário político na cidade do Ipojuca. Acusado de “coronelista” pelo ex-companheiro de chapa, Anderson manteve a pré-candidatura da vice-prefeita Patrícia de Leno ao Executivo. Gilson, por sua vez, garantiu reforço a Adilma Lacerda (PP), candidata da prefeita Célia Sales (PP), e ainda ameaçou subir no palanque de Clarissa Tércio (PP) no Jaboatão dos Guararapes.
Marielle Franco
O União Brasil vai abrir processo para expulsar o deputado federal Chiquinho Brazão dos quadros da legenda. A informação foi confirmada por Antonio Rueda, presidente eleito do partido. Chiquinho é um dos três suspeitos de mandar assassinar a ex-vereadora fluminense Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em 2018.
